Como fortalecer o perímetro das concessionárias de energia elétrica
Quais são as maiores ameaças às concessionárias de energia elétrica? Veja como um plano simples de 6 etapas pode ajudá-lo a proteger seu perímetro e permanecer em compliance com as regras NERC.
As redes elétricas não são apenas infraestrutura – elas são a espinha dorsal da vida moderna. Quando são interrompidos, tudo, desde hospitais a abastecimento de água e transporte, é afetado.
Os ataques globais à infraestrutura de energia estão aumentando. Do roubo de cobre a ataques cibernéticos, os serviços públicos estão enfrentando ameaças mais frequentes, mais prejudiciais e mais difíceis de prever.
PORTFOLIO
Principais desafios que impactam as concessionárias de energia elétrica hoje
Roubo e vandalismo: A infraestrutura de energia crítica é frequentemente alvo de roubo de cobre, combustível e equipamentos, levando a interrupções operacionais e aumento dos custos de manutenção. As áreas remotas são particularmente vulneráveis.
Sabotagem e ataques organizados: Em regiões politicamente instáveis ou afetadas pelo crime, a infraestrutura elétrica é deliberadamente sabotada, os sistemas de transmissão são desativados e as equipes de manutenção são obstruídas, ameaçando a confiabilidade energética.
Medidas de segurança inadequadas: Muitas instalações carecem de cercas adequadas, vigilância ou pessoal de segurança treinado, aumentando os riscos de acesso não autorizado e invasões físicas, especialmente em zonas rurais e de alto risco.
O roubo de cobre não vai desaparecer
Vamos começar com o roubo de cobre – um problema que existe há anos, mas ainda custa às empresas americanas cerca de US$ 1,5 bilhão e US$ 2 bilhões anualmente, de acordo com o Departamento de Energia dos EUA.
Por que cobre? É incrivelmente valioso, infinitamente reciclável e em alta demanda para tudo, desde encanamentos e veículos elétricos até fibra óptica e painéis solares. Com preços girando em torno de US$ 5 por libra-peso, não é de se admirar que as pessoas estejam arriscando suas vidas para roubá-lo.
As consequências vão além dos materiais perdidos. Em 3 de dezembro de 2022, duas subestações da Duke Energy no condado de Moore, Carolina do Norte, foram deliberadamente danificadas, deixando aproximadamente 40.000 clientes sem energia. Esses incidentes não afetam apenas a infraestrutura – eles colocam comunidades inteiras no escuro, às vezes por horas ou até dias. Em alguns casos, interrupções como essas podem criar situações de risco de vida, especialmente para indivíduos que dependem de equipamentos médicos alimentados.
EBOOK
O aumento dos ataques físicos
O roubo de cobre é apenas uma parte do problema. Nos últimos anos, vimos uma tendência preocupante: ataques físicos deliberados à infraestrutura de energia.
Mais recentemente, vários ataques a subestações nos EUA e Canadá desencadearam interrupções locais e aumentaram as preocupações com a segurança. E não se trata apenas de vandalismo – alguns incidentes parecem estar coordenados, sugerindo uma intenção muito mais profunda.
Em toda a América Latina e no México, as concessionárias de energia elétrica estão lidando com mais arrombamentos, roubos e danos a seus equipamentos. Subestações e linhas de energia são frequentemente atingidas por pessoas que roubam cobre ou combustível, e alguns ataques são planejados por grupos organizados que tentam interromper o serviço. Muitos desses sites estão em áreas remotas com pouca segurança, tornando-os alvos fáceis.
Veja o que as concessionárias também estão enfrentando:
- Sabotagem de dutos e terminais
- Incêndios florestais e condições climáticas extremas destroem segmentos inteiros da rede
- Ameaças internas de funcionários e contratados com acesso autorizado
Ponto-chave? As ameaças físicas estão ficando mais ousadas — e mais caras.
Novas ameaças às infraestruturas que afetam o setor das energias renováveis
À medida que mais países, incluindo a Austrália, mudam para a energia limpa, novos tipos de infraestrutura estão sendo construídos e conectados à rede. Isso inclui fazendas solares e locais de armazenamento de baterias, que geralmente estão em lugares remotos. Esses locais podem estar tão em risco quanto as usinas tradicionais e, às vezes, até mais.
No início de 2025, mais de 40% da eletricidade usada na principal rede elétrica da Austrália vinha de fontes renováveis, como fazendas solares e usinas de energia limpa. Esses sistemas geralmente dependem de longas linhas de energia para enviar eletricidade em todo o país, inclusive das fazendas solares de Queensland para outras regiões.
Em um exemplo, a CS Energy da Austrália foi alvo de um ataque de ransomware em 2022 que afetou sua rede corporativa. Isto mostra como mesmo os fornecedores de energia renovável podem enfrentar sérias ameaças.
Por que as concessionárias de energia elétrica enfrentam riscos cibernéticos na supply chain
Embora os riscos físicos sejam visíveis, as ameaças cibernéticas geralmente ocorrem sem aviso prévio – e podem ser igualmente destrutivas. Os ataques cibernéticos podem acontecer em qualquer ponto da supply chain, e seu equipamento de segurança física é um ponto de entrada potencial para sua rede e infraestrutura crítica. É por isso que é crucial selecionar parceiros que tenham os melhores interesses da sua rede em mente. Escolher fornecedores confiáveis que priorizem a segurança é vital para prevenir possíveis violações e minimizar riscos.
Os serviços públicos são um alvo crescente para cibercriminosos e hackers do Estado-nação. Por quê? Como as redes elétricas modernas funcionam com mais do que fios – elas dependem de sistemas digitais, sensores e software que podem ser hackeados, falsificados ou desligados.
Aqui estão alguns dos principais desafios de cybersecurity enfrentados atualmente pelo setor de energia e serviços públicos :
- Hackers visando tecnologia operacional (OT) e sistemas de controle industrial (ICS)
- Ataques de phishing direcionados a funcionários de serviços públicos
- Software sem patch e fornecedores terceirizados vulneráveis
- Dispositivos de Internet das Coisas (IoT) que abrem backdoors
- E agora, ataques alimentados por IA que podem encontrar e explorar fraquezas mais rápido do que nunca
Para os serviços públicos, não se trata de escolher entre segurança física e cybersecurity. Trata-se de fazer as duas coisas e fazê-las bem.
As ameaças aos nossos sistemas energéticos estão a evoluir, tal como a nossa resposta. Seja alguém cortando fios de cobre ou um hacker escapando por uma rachadura digital, o impacto pode ser enorme.
Regulamentações destinadas a mitigar riscos em concessionárias de energia elétrica
A América do Norte tem um órgão regulador trabalhando para proteger a rede elétrica desde 1968. Hoje, esse órgão é a North American Electric Reliability Corporation (NERC), uma organização sem fins lucrativos cuja missão é garantir a confiabilidade do sistema de energia norte-americano.
Como parte de seu mandato, a NERC estabeleceu uma série de padrões que impõem medidas que as concessionárias podem tomar para proteger seus ambientes e operações.
Abordagem de sistemas da NERC para gerenciar intrusos
Em vez de dizer a cada concessionária exatamente como proteger suas estações, subestações e estações de transferência, a NERC oferece uma estrutura interpretativa. As concessionárias são obrigadas a atender a esses padrões aplicáveis e podem adaptar suas estratégias de conformidade a seus sistemas e riscos específicos, muitas vezes usando uma abordagem de "defesa em profundidade". Esse método se concentra na criação de várias camadas de proteção em grandes áreas, em vez de depender de uma única defesa forte.
As concessionárias são livres para abordar a conformidade com a NERC com suas próprias estratégias, desde que respeitem os padrões NERC CIP. É importante observar que a NERC pode auditar concessionárias a qualquer momento, e a não conformidade pode resultar em multas pesadas de até USD 1 milhão por dia para cada violação.
Então, o que envolve essa abordagem?
Ele consiste em seis etapas que as concessionárias podem implementar com base em seus orçamentos e necessidades. A estratégia inclui várias tecnologias para ajudar a prevenir, desencorajar ou responder a acessos não autorizados em edifícios, subestações e estações de transferência. Os utilitários têm a flexibilidade de decidir a melhor forma de seguir essas etapas.
6 passos para gerenciar intrusos em concessionárias de energia elétrica
Detectar
O primeiro passo é detectar possíveis invasões não autorizadas além do perímetro. Isso pode ser feito com uma variedade de sensores, analíticos térmicos e de vídeo, bem como um sistema de investigação centrado no veículo que ajuda a coletar evidências ricas baseadas em veículos e atividades suspeitas. Um dos desafios associados à detecção é que ela pode produzir alarmes incômodos. Sua plataforma de segurança deve ter um mecanismo de regras para correlacionar eventos e reduzir alarmes incômodos para que os operadores sejam notificados apenas sobre ameaças genuínas.
Dissuadir
Nesta etapa, o objetivo é impedir o acesso não autorizado à concessionária usando dispositivos físicos de dissuasão, como iluminação, muros e cercas, ou desencadeando ações a partir do sistema de segurança. Por exemplo, ele pode ativar luzes estroboscópicas ou reproduzir um MP3 em um alto-falante. Um sistema de endereço público aprimora isso transmitindo avisos, enquanto um sistema de gerenciamento de comunicações permite que os operadores coordenem respostas rápidas em tempo real.
Atrasar
O objetivo aqui é instalar medidas de segurança que atrasem o acesso físico. Isso pode incluir cercas de elos de corrente que consomem muito tempo para serem cortadas. Um dos benefícios dessa etapa é que ela dá tempo ao pessoal de segurança para avaliar e responder adequadamente aos incidentes.
Avaliar
Durante esta etapa, os operadores de segurança avaliam o incidente para determinar o que está acontecendo e, em seguida, identificar as ações necessárias para responder à situação. Avaliar um incidente em uma cerca ou outra área restrita é muito mais fácil se os operadores de segurança tiverem "olhos nos olhos". Isso pode incluir acessar câmeras próximas ou, em alguns casos, enviar um drone para capturar imagens em tempo real.
Comunicar
Para esta etapa, as concessionárias precisam planejar como os operadores de segurança se comunicarão entre si. Os centros de comando devem ser capazes de compartilhar informações com as operadoras móveis, que também precisam trocar atualizações. Um sistema de gerenciamento de comunicações ajuda a garantir uma comunicação suave e em tempo real entre todos os envolvidos.
Responder
Os operadores de segurança precisam tomar as medidas apropriadas para prender um intruso. Este último passo é muito mais fácil e, muitas vezes, desnecessário quando os passos anteriores foram seguidos. Mas, se a situação exigir que os operadores de segurança tomem medidas, as concessionárias precisam garantir que estabeleceram procedimentos operacionais padrão que possam ajudar a orientar as respostas.